Como funciona o amianto
O amianto ou asbesto é uma fibra mineral que está presente em telhas, caixas d´água, componentes de freios para veículos, revestimentos de máquinas e alguns tip
- Mesotelioma de pleura - tumor maligno no tecido que reveste o pulmão
- Mesotelioma de peritônio - tumor maligno no tecido que reveste o estômago
- Abestose - surgimento de cortes e cicatrizes no pulmãoos de material plástico. A inalação do amianto é considerada extremamente nocivo à saúde, causando diversos tipos de doenças pulmonares.
O amianto, que quer dizer incorruptível em latim, é usado há mais de 2.000 anos. Entre as qualidades que atraíram a indústria, estão a alta resistência mecânica, isolação térmica e sonora, flexibilidade, baixo nível de combustão e durabilidade. Assim, o asbesto, que em grego quer dizer sem combustão, foi usado para isolar máquinas ou reforçar partes dos equipamentos. Durante a 2ª Guerra Mundial, o material era usado nas paredes dos bunkers e esconderijos anti-bombas. No Brasil, o uso mais comum é como caixa d´água ou telha. Com baixo custo, a telha de amianto faz parte da paisagem urbana do País, sendo extremamente comum em favelas e bairros pobres.
As primeiras constatações de que o amianto é prejudicial à saúde aconteceram em 1907 na Inglaterra. O principal grupo de risco são os trabalhadores que extraem a matéria-prima ou fabricam produtos com ele. Os operários da construção-civil que manuseiam o material também correm o risco de inalar as fibras. Já para quem tem caixa d´água ou telha de amianto, não há estudos comprovados da ocorrência de intoxicação. O Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo está pesquisando a saúde de pessoas que moram em casas com teto de amianto e sem forro para verificar se há alguma comprovação de contaminação, já que nunca foi feito um estudo neste sentido.
As principais doenças causadas pelo contato direto com a fibra de amianto são:
- Câncer de pulmão
Estas doenças podem demorar de 10 a 40 anos para se manifestar, mas muitas vezes podem ser fatais. Por isso, em vários países, o amianto é proibido.
A Itália deu o primeiro passo em 1993, depois que mais de 1.200 pessoas que trabalharam em uma fábrica em Piemonte e tornaram-se vítimas. A fábrica produziu por mais de 50 anos. Atualmente, todos os países da União Européia proíbem a produção e consumo do asbesto. Vários outros países seguiram o exemplo como Canadá, Japão, Austrália, Nova Zelândia, Argentina e Chile. No Brasil, a resolução 348/2004 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) proibiu todo tipo de produção do amianto, mas uma decisão do Supremo Tribunal Federal, de agosto de 2007, acabou derrubando a proibição para as indústrias de São Paulo e Mato Grosso. O argumento dos advogados da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), que foi acatada pelos juízes, é que uma lei estadual libera a produção do amianto branco e o dispositivo legal se sobrepõe a qualquer outra resolução. Além disso, a indústria diz que, com equipamentos corretos, o perigo de contaminação é mínimo.
Não só no Brasil, os exploradores da fibra conseguem suas brechas. No Canadá, onde a comercialização é proibida, toda a produção é exportada para Ásia e África.
Enquanto se discute a proibição ou não do amianto, alguns pesquisadores procuram alternativas para a matéria-prima. Um engenheiro da Universidade de São Paulo, por exemplo, desenvolveu uma técnica de fibrocimento a base de escória, que é um subproduto da siderurgia que normalmente vai parar nos aterros sanitários.